Oficina de Arte Indígena nas Escolas – 2017

Data do Evento:
20 de maio de 2017 09:00 - 12:00
Local do Evento:
Estúdio Mawaca, 483, Rua Inácio Borba, 04715-020, Chácara Santo Antônio (Zona Sul), São Paulo, 04715-020
Oficina de Arte Indígena nas escolas Ibã Salles (Huni Kuin) e Amilton Pelegrino de Mattos
Nessa oficina, voltada para professores que se encontram diante do desafio de trabalhar a temática indígena em sala de aula, Ibã Sales, Huni Kuin (Kaxinawá), cantor, professor e pesquisador dos cantos tradicionais vai apresentar as atividades e metodologia que o MAHKU (Movimento dos Artistas Huni Kuin) desenvolve com diversos públicos , vai falar sobre a cultura e as tradições musicas de seu povo, ensinar os cantos Huni Meka do Nixi Pae e desenhar junto com os participantes.
Nessa oficina os participantes terão contato com a pintura o idioma, cantos tradicionais e audição de narrativas míticas.
Os Huni Kuin são o “povo verdadeiro” falam o idioma hantxa Kuin (família Pano). Vivem nas cabeceiras de altos rios como o Hene huxuya (Rio Purus), o Kuxu pukeniya (Rio Curanja) e o Yuraia (Rio Jordão), onde se situa o Mahku.
O MAHKU – Movimento dos Artistas Huni Kuin consiste num coletivo de artistas do povo Huni Kuin, povo que vive na Amazônia, de ambos os lados da fronteira Brasil/Peru. O coletivo se constituiu como desdobramento das pesquisas desenvolvidas por Ibã Huni Kuin com seu pai no regime de conhecimentos tradicionais do povo Huni Kuin e, também mais tarde como pesquisador e professor na educação escolar Huni Kuin. Desde 2009, Ibã vem desenvolvendo suas pesquisas na Licenciatura indígena da Universidade Federal do Acre, onde criou o projeto de pesquisa Espírito da floresta em parceria com o professor Amilton Pelegrino de Mattos. As atividades desenvolvidas no âmbito desse projeto deram origem à associação Mahku.
O grupo tem como tema central os cantos tradicionais Huni Kuin, mais especificamente os cantos chamados Huni Meka (cantos do cipó) que são cantados nas sessões de nixipae (ayahuasca). Na univesidade passaram a fazer uso da linguaem visual dos desenhos e do vídeo para estudas os cantos . Logo montaram um grupo de pesquisadores artistas que veio a configurar a associação Mahhu alguns anos mais tarde.
Como tempo o grupo desenvolveu outros meios de expressão, como a pintura em murais, realizou composições com outros artistas e hoje também se dedica a criação de uma “Pedagocia Huni Kuin” que se constitui de laboratórios de arte e percepção onde se realizam práticas artísticas tais como cantos, danças, desenhos, pinturas, atividades de contato com a língua indígena, entre outras atividades com públicos diferentes tais como crianças, professores, estudantes e acedêmicos
O Movimento já participou de coletivas como a exposição o Histoires de Voir (Foundation Cartier pour I´Art Contemporain), MIRA (Centro Cultural da UFMG), Histórias Mestiçãs (Instituito Tomie Ohtake), Inner visions (ST Lawrance University Art Gallery, NY, USA), MASP (Múseu de Arte conteporânea de São Paulo), entre outras. Em 2016 o coletivo foi indicado ao Prêmiio Pipa do MAM (Rio de Janeiro)
Fimes: Em parceria com o LAB – Laboratório de Imagem e Som da UFAC – Floresta, o Mahku produziu dois filmes:
O Espiríto da Floresta (2012)
Exibido na exposição Histories de Voir (Foundation Cartier pour I´Arte Contemporain), Pachamama (2012, Festival Imagem Movimento
https://www.youtube.com/watch?v=zRlbRpoi0cQ&t=876s
O Sonho do Nixi Pae (2015)
Exibido no Festival Internacional de Filme Etnográfi co de Recife. Festival de Cinema Serrado Cipó, Suriclube (UFSB), cinematéca de Curitiba, FLACSO – Cine (Equador), USACH (Chile).
https://www.youtube.com/watch?v=O_eEa3FBTec&t=367s
Ibã Sales (Huni-Kuin – Acre)
Cantor e professor Huni Kuin e pesquisador dos cantos do Huni Meka, mais conhecido como Kaxinawa (AC). Ibã Sales, tornou-se professor Huni Kuim, na década de 80, juntando o conhecimento tradicional de seu pai. No ano 2000 se formou pela Comissão Pró-Índio do Acre (CPI/AC). Além da docência, também realizava pesquisas e foi organizador, autor ou co-autor de muitos materiais didáticos que são comumente utilizados nas escolas Kaxinawá espalhadas pelo Acre. Atuou por muitos anos na escola Chico Curumim, localizada na Terra Indígena Rio Jordão, município de Jordão. Muitas de suas obras estão disponíveis no site desta organização. Há mais de 10 anos, ele publicou o livro The Spirit of the Forest , onde gravou canções Huni Meka de ayahuasca que ele aprendeu a cantar com seu pai e outras pessoas idosas . Ao ingressar na universidade em 2008, ele criou o projeto “Espírito da Floresta” para procurar processos de tradução de multimídia para esses cantos que compõem um coletivo de artistas Huni Kuin , liderado por seu filho,o artista visual Bane Huni Kuin. Ele procura decifrar e recriar canções tradicionais do ritual Nixi Pae em linguagem visual. O objetivo principal deste trabalho é pesquisar e fortalecer a tradição musical e pictórica de seu povo. Foi uma iniciativa dos povos indígenas que é uma das melhores formas para fortalecer a tradição indígena no Brasil.
Amilton Pelegrino
Professor Assistente no Centro de Educação e Letras da Universidade Federal do Acre, UFAC – Floresta desde 2008. Mestre em Antropologia Educacional, desde 2000 atua junto aos povos indígenas Guarani (SP e MS) e Huni Kuin (Kaxinawa, AC) nas áreas de Arte (Música e Artes visuais) e Antropologia da Educação. Atua como docente e pesquisador na área de Artes e Linguagens da Licenciatura Indígena da Universidade Federal do Acre/Campus Floresta/Cruzeiro do Sul. Coordena o LABI – Laboratório de Imagem e Som da UFAC Floresta que consiste no espaço de produção científica e artística em linguagem audiovisual para diversas áreas de conhecimento: Artes, Linguagens, Literaturas, Antropologia, Agronomia entre outros. Coordena desde 2009 o Projeto Espírito da Floresta e compõe desde sua origem parceria com o MAHKU – Movimento dos artistas Huni Kuin, atuando junto a seu idealizador Ibã Huni Kuin na construção do projeto do Centro MAHKU Independente.
Local: Estúdio Mawaca
Data : 20/05/2017
Horário de Início: 9h
Horário de Término: – 12h
Duração: 3h
Público Alvo: Educadores e interessados em geral
Valor: R$ 50,00 – Educadores têm 20% de desconto
Vagas limitadas –35 unidades – Compre Aqui
Endereço: Rua Inácio Borba, 483 (Chácara Santo Antonio)
Mapas: Google; Waze