Evento
INDÍGENAS IDENTIDADES PAULISTANAS – Curso de Extensão Presencial
14
maio
09:00
INDÍGENAS IDENTIDADES PAULISTANAS
Sons, Imagens, Culturas, Memórias dos Povos Originários em São Paulo
Curso de Extensão Presencial com Casé Angatu
(Îe’engara – uma Roda de Conversa Cantada e Rameada)
Participação Especial: Adriano Kara de Gato Tupinambá
Única Turma – Dia 14: Encontro (Îe’engara) no Estúdio Mawaca das 9h até 17h – Rua Inácio Borba, 483. Chácara Santo Antônio – São Paulo – SP – metrô Borba Gato
Dia 21: Caminhada pelo Centro de SP – das 14h às 16h
Incrições e informações: Instagram: @caseangatu e-mail: angatucase@gmail.com
Vagas Limitadas: Respeitando os protocolos sanitários será solicitadao comprovante de vacinação e utilização de máscara
Contribuição Voluntária – R$ 100,00
INDÍGENAS IDENTIDADES PAULISTANAS
Sons, Imagens, Culturas, Memórias dos Povos Originários em São Paulo
Mais de dois anos sem realizar o Curso que chamado de Carama suí Îe’engara Carama suí Îe’engara Purasy Guatá Apyter Pyratynynga ou simplesmente de Îe’engara (Roda de Conversa Cantada, Rameada & Caminhada pelo Centro de São Paulo). A última vez tinha ocorrido em 2019 antes da pandemia. De lá pra cá muitas histórias e lutas ocorreram.
No final de março e início de abril deste ano (2022) reealizou-se novamente Îe’engara. Entretanto, atendendo solicitações ofereceremos esta IIIa Turma até porque Casé também estará em São Paulo para fazer intervenções da Luta e para um tratamento. Desta vez ele estará junto com seu Parente Adriano Kara de Gato Tupinambá (Participação mais do que Especial). O curso é assim uma forma de nos mantermos na cidade.
Além de tratar da presença Indígena em São Paulo, a ideia da Îe’engara é divulgar a Luta e Cultura dos Povos Originários nestes mais de 522 anos de históricos/estruturais genocídios, etnocídios, ecocídios, resistências e (re)existências. Uma situação radicalizada pelo atual governo federal fascista/miliciano contra os Povos Originários.
Pra explorar a Natureza Sagrada o governo brasileiro e seus aliados (ruralistas, mineradores, madeireiros, desenvolvimentistas) procuram mais uma vez retirar os indígenas de seus caminhos aprofundando a bio-necropolítica do bio-necropoder como ocorre atualmente nos ataques ao Povo Yanomami. Não basta apurar quem são aqueles que cometem as violências contra nós indígenas … é necessário perceber as relações dos ataques com as estruturas de uma sociedade ainda colonial que mantém o feroz sistema econômico/política. Decolonizar a compreensão para fortalecer a luta por direitos – é um dos desejos desta Îe’engara.
Como fazem nestes mais de cinco séculos: resistem e (re)existem. Este curso procurar novas pessoas aliadas à essa Luta, fortalecer os que já estão nela e as pessoas Parentas. Busca apresentar possibilidades de compreensão decoloniais desses históricos/estruturais genocídios, etnocídios, resistências e (re)existências.
Muitas pessoas têm dificuldades de perceber a presença indígena na formação da sociedade brasileira e dela própria. No caso de São Paulo (Pyratynga) ainda causa estranhamento quando é falado que a cidade é constituída por diversas indianidades em suas histórias. Do mesmo modo, alguns se surpreendem ou até negam a possibilidade da capital paulista ser também uma cidade indígena, composta por memórias, identidades e territorialidades originárias.
Certas pessoas desconhecem até mesmo a existência de aldeias e territórios indígenas no município paulistano. No entanto, ponderamos que São Paulo nunca deixou de ser também o que denominamos como a indígena Tabatatyba (“aldeia de vários povos”) e outrora denominada como Pyratynynga (“peixe seco”).
SIM … PYRATYNYNGA (SÃO PAULO) É INDÍGENA …
ASSIM COMO PINDORAMA (BRASIL), ABYA YALLA (AMÉRICA) & MUITAS PESSOAS QUE SÃO CHAMADAS DE BRASILEIRAS
Como perceber esta presença Originária nas histórias, memórias, identidades e territoriedades paulistanas e brasileiras? Como compreender os estruturais/históricos genocídios, etnocídios, ecocídios contra os Povos Originários? Como apoiar as resistências e (re)existências indígenas? Este curso não apresenta respostas conclusivas, mas caminhos para esta percepção.
Muito se tem falado dos 200 anos da proclamação da “independência brasileira” (1822) e dos 100 anos da “antropofagia modernista” (1922). Porém, será que a “independência” e “antropofagia” conseguiram nos alcançar?
“(…) que “indepedência” foi essa feita pelos herdeiros das invasões europeias iniciadas no século XVI e que manteve a escravidão indígena, negra, a desigualdade social, exclusão das mulheres, espoliação das terras originárias. Por isto falamos: para além da antropofagia! angakaru tupyxuara … o que éramos/somos (fazíamos/fazemos), por vezes, naáni îe’enga (não cabe em palavras), ainda mais quando naáni yandê îe’engara tupyxuara (não são nossas falas do espírito familiar)”
… VENHA RAMEAR, CANTAR, PROSEAR, TROCAR SABERES, LUTAR & CAMPARTILHAR CONOSCO NESSA ÎE’ENGARA …
DEMARCAÇÃO JÁ!
AIÊNTÊN !!!
AWÊRÊ !!!
ANGAKARU TUPYXUARA
PARA ALÉM DA ANTROPOFAGYA!
Sobre Casé Angatu
Carlos José Ferreira dos Santos é Xukuru Tupinambá. Doutor em História da Arquitetura e Urbanismo pela FAUUSP, Mestre em História pela PUC SP. Graduado em História pela UNESP. Atualmente é professor na Universidade Estadual de Santa Cruz UESC/Ilhéus-Bahia. É autor dos livros Nem Tudo Era Italiano, São Paulo e Pobreza na Virada do Século XIX-XX e Identidades Urbanas e Globalização: constituição dos territórios em Guarulhos. Na UESC e em conjunto com o povo Tupinambá organiza anualmente o Seminário Internacional de Histórias e Culturas Indígenas Índio Caboclo Marcelino. Exerce a função de assessor/consultor científico do Conselho do Patrimônio Cultural e Histórico do Estado de Pernambuco e da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Organiza e administra periodicamente em diferentes instituições e cidades brasileiras o Curso de Extensão: Histórias e Culturas Indígenas – Saberes, Abordagens, Pesquisas e Possibilidades de Ensino (Lei 11.645/2008).
Contribuição Voluntária: R$ 100,00 ou o valor possível de contribuir * Esta contribuição decorre das nossas despesas com viagem e estadia em São Paulo. Vale observar que moramos na Terra Indígena Tupinambá de Olivença (Ilhéus/BA). Somos um Coletivo de Indígenas que não é financiado e nem deseja ser por estados, instituições, ongs e igrejas. Os custos com nossas viagens, estadias, transportes e alimentações dependem de nossos aliados, desta contribuição voluntária com o curso e do artesanato/manejo que vendemos. Pense ainda que o curso é fruto de uma construção que tem anos e seus conteúdos são perenes. Porém, a contribuição não é um impeditivo para realização do Curso. Todes serão bem recebidos e receberão certificados.
Como chegar no Estúdio Mawaca:
De trem
Desembarcar na Estação Granja Julieta, caminhar 8 quadras pela rua Alexandre Dumas. Entre a direita e você estará na rua Inácio Borba.
De ônibus
Desembarcar na Av. Santo Amaro (sentido centro-bairro) na altura do número 6.200, aproximadamente 1,5 km após a estátua do Borba Gato. Descer 5 quadras da rua Alexandre Dumas e entrar a esquerda na rua Inácio Borba
De metrô
Desembarcar na estação Borba Gato (linha 5 lilás), caminhar até a altura do número 6.400 da Av. Santo Amaro. Descer 5 quadras da rua Alexandre Dumas e entrar a esquerda na rua Inácio Borba