INDÍGENAS IDENTIDADES PAULISTANAS – Curso de Extensão Presencial – 2022

Data do Evento:
4 de maio de 2022 09:00 - 14 de maio de 2022 - 16:00
Local do Evento:
Estúdio Mawaca, 483, R. Inácio Borba,, Chácara Sto. Antônio (Zona Sul), São Paulo
INDÍGENAS IDENTIDADES PAULISTANAS
Sons, Imagens, Culturas, Memórias dos Povos Originários em São Paulo
Curso de Extensão Presencial com Casé Angatu
(Îe’engara – uma Roda de Conversa Cantada e Rameada)
Participação Especial: Adriano Kara de Gato Tupinambá
Única Turma – Dia 14: Encontro (Îe’engara) no Estúdio Mawaca das 9h até 17h – Rua Inácio Borba, 483. Chácara Santo Antônio – São Paulo – SP – metrô Borba Gato
Dia 21: Caminhada pelo Centro de SP – das 14h às 16h
Incrições e informações: Instagram: @caseangatu e-mail: angatucase@gmail.com
Vagas Limitadas: Respeitando os protocolos sanitários será solicitadao comprovante de vacinação e utilização de máscara
Contribuição Voluntária – R$ 100,00
INDÍGENAS IDENTIDADES PAULISTANAS
Sons, Imagens, Culturas, Memórias dos Povos Originários em São Paulo
Mais de dois anos sem realizar o Curso que chamado de Carama suí Îe’engara Carama suí Îe’engara Purasy Guatá Apyter Pyratynynga ou simplesmente de Îe’engara (Roda de Conversa Cantada, Rameada & Caminhada pelo Centro de São Paulo). A última vez tinha ocorrido em 2019 antes da pandemia. De lá pra cá muitas histórias e lutas ocorreram.
No final de março e início de abril deste ano (2022) reealizou-se novamente Îe’engara. Entretanto, atendendo solicitações ofereceremos esta IIIa Turma até porque Casé também estará em São Paulo para fazer intervenções da Luta e para um tratamento. Desta vez ele estará junto com seu Parente Adriano Kara de Gato Tupinambá (Participação mais do que Especial). O curso é assim uma forma de nos mantermos na cidade.
Além de tratar da presença Indígena em São Paulo, a ideia da Îe’engara é divulgar a Luta e Cultura dos Povos Originários nestes mais de 522 anos de históricos/estruturais genocídios, etnocídios, ecocídios, resistências e (re)existências. Uma situação radicalizada pelo atual governo federal fascista/miliciano contra os Povos Originários.
Pra explorar a Natureza Sagrada o governo brasileiro e seus aliados (ruralistas, mineradores, madeireiros, desenvolvimentistas) procuram mais uma vez retirar os indígenas de seus caminhos aprofundando a bio-necropolítica do bio-necropoder como ocorre atualmente nos ataques ao Povo Yanomami. Não basta apurar quem são aqueles que cometem as violências contra nós indígenas … é necessário perceber as relações dos ataques com as estruturas de uma sociedade ainda colonial que mantém o feroz sistema econômico/política. Decolonizar a compreensão para fortalecer a luta por direitos – é um dos desejos desta Îe’engara.
Como fazem nestes mais de cinco séculos: resistem e (re)existem. Este curso procurar novas pessoas aliadas à essa Luta, fortalecer os que já estão nela e as pessoas Parentas. Busca apresentar possibilidades de compreensão decoloniais desses históricos/estruturais genocídios, etnocídios, resistências e (re)existências.
Muitas pessoas têm dificuldades de perceber a presença indígena na formação da sociedade brasileira e dela própria. No caso de São Paulo (Pyratynga) ainda causa estranhamento quando é falado que a cidade é constituída por diversas indianidades em suas histórias. Do mesmo modo, alguns se surpreendem ou até negam a possibilidade da capital paulista ser também uma cidade indígena, composta por memórias, identidades e territorialidades originárias.
Certas pessoas desconhecem até mesmo a existência de aldeias e territórios indígenas no município paulistano. No entanto, ponderamos que São Paulo nunca deixou de ser também o que denominamos como a indígena Tabatatyba (“aldeia de vários povos”) e outrora denominada como Pyratynynga (“peixe seco”).
SIM … PYRATYNYNGA (SÃO PAULO) É INDÍGENA …
ASSIM COMO PINDORAMA (BRASIL), ABYA YALLA (AMÉRICA) & MUITAS PESSOAS QUE SÃO CHAMADAS DE BRASILEIRAS
Como perceber esta presença Originária nas histórias, memórias, identidades e territoriedades paulistanas e brasileiras? Como compreender os estruturais/históricos genocídios, etnocídios, ecocídios contra os Povos Originários? Como apoiar as resistências e (re)existências indígenas? Este curso não apresenta respostas conclusivas, mas caminhos para esta percepção.
Muito se tem falado dos 200 anos da proclamação da “independência brasileira” (1822) e dos 100 anos da “antropofagia modernista” (1922). Porém, será que a “independência” e “antropofagia” conseguiram nos alcançar?
“(…) que “indepedência” foi essa feita pelos herdeiros das invasões europeias iniciadas no século XVI e que manteve a escravidão indígena, negra, a desigualdade social, exclusão das mulheres, espoliação das terras originárias. Por isto falamos: para além da antropofagia! angakaru tupyxuara … o que éramos/somos (fazíamos/fazemos), por vezes, naáni îe’enga (não cabe em palavras), ainda mais quando naáni yandê îe’engara tupyxuara (não são nossas falas do espírito familiar)”
… VENHA RAMEAR, CANTAR, PROSEAR, TROCAR SABERES, LUTAR & CAMPARTILHAR CONOSCO NESSA ÎE’ENGARA …
DEMARCAÇÃO JÁ!
AIÊNTÊN !!!
AWÊRÊ !!!
ANGAKARU TUPYXUARA
PARA ALÉM DA ANTROPOFAGYA!
Sobre Casé Angatu
Carlos José Ferreira dos Santos é Xukuru Tupinambá. Doutor em História da Arquitetura e Urbanismo pela FAUUSP, Mestre em História pela PUC SP. Graduado em História pela UNESP. Atualmente é professor na Universidade Estadual de Santa Cruz UESC/Ilhéus-Bahia. É autor dos livros Nem Tudo Era Italiano, São Paulo e Pobreza na Virada do Século XIX-XX e Identidades Urbanas e Globalização: constituição dos territórios em Guarulhos. Na UESC e em conjunto com o povo Tupinambá organiza anualmente o Seminário Internacional de Histórias e Culturas Indígenas Índio Caboclo Marcelino. Exerce a função de assessor/consultor científico do Conselho do Patrimônio Cultural e Histórico do Estado de Pernambuco e da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Organiza e administra periodicamente em diferentes instituições e cidades brasileiras o Curso de Extensão: Histórias e Culturas Indígenas – Saberes, Abordagens, Pesquisas e Possibilidades de Ensino (Lei 11.645/2008).
Contribuição Voluntária: R$ 100,00 ou o valor possível de contribuir * Esta contribuição decorre das nossas despesas com viagem e estadia em São Paulo. Vale observar que moramos na Terra Indígena Tupinambá de Olivença (Ilhéus/BA). Somos um Coletivo de Indígenas que não é financiado e nem deseja ser por estados, instituições, ongs e igrejas. Os custos com nossas viagens, estadias, transportes e alimentações dependem de nossos aliados, desta contribuição voluntária com o curso e do artesanato/manejo que vendemos. Pense ainda que o curso é fruto de uma construção que tem anos e seus conteúdos são perenes. Porém, a contribuição não é um impeditivo para realização do Curso. Todes serão bem recebidos e receberão certificados.
Como chegar no Estúdio Mawaca:
De trem
Desembarcar na Estação Granja Julieta, caminhar 8 quadras pela rua Alexandre Dumas. Entre a direita e você estará na rua Inácio Borba.
De ônibus
Desembarcar na Av. Santo Amaro (sentido centro-bairro) na altura do número 6.200, aproximadamente 1,5 km após a estátua do Borba Gato. Descer 5 quadras da rua Alexandre Dumas e entrar a esquerda na rua Inácio Borba
De metrô
Desembarcar na estação Borba Gato (linha 5 lilás), caminhar até a altura do número 6.400 da Av. Santo Amaro. Descer 5 quadras da rua Alexandre Dumas e entrar a esquerda na rua Inácio Borba