Evento
Oficina As Áfricas da África
25
jun
09:00
Nessa oficina, a prof. da USP Marina de Mello e Souza apresentará alguns aspectos de sociedades do continente africano com destaque para as regiões que têm maior conexão com a formação do Brasil. Serão abordados sistemas de pensamento, organização social, formas de transmissão do conhecimento, ritos e manifestações culturais de povos da África ocidental e da África central. Também serão apresentados os tipos de contatos que os brancos que passaram a frequentar essas regiões a partir do século XV mantiveram com as sociedades nativas. Se até o século XIX o interesse maior dos europeus e brasileiros era a obtenção de trabalhadores escravizados, obtidos por meio de relações comerciais com os africanos, no século XX o continente foi quase integralmente dominado pela potências européias, o que provocou mudanças radicais em suas sociedades. Serão apresentados aspectos dessa dominação, assim como os processos por meio dos quais os países africanos conquistaram suas independências a partir dos anos 1960. A chamada diáspora africana, resultante do tráfico de escravizados também será abordada, especialmente no que diz respeito ao desenvolvimento de manifestações culturais afro-americanas, ou seja, criadas nas Américas a partir de matrizes africanas.
Fanta Konate e Luis Kinugawa apresentarão um pouco da cultura da Guiné Conacri através de cantos, ritmos e danças, contextualizadas historicamente, assim como seus significados sociais. A cultura Malinkê da Guiné Conacri é uma das mais musicais, artísticas, bailadas, e tem seu fundamento no conceito de que os instrumentos “falam”, isto é, reproduzem a voz, discursam, dialogam, criam frases relacionadas ao momento presente, conduzem as danças, trazem uma grande herança de provérbios, conceitos sociais, conselhos e sabedoria dos ancestrais, combinando eternamente e harmonicamente, duas polaridades: Respeito e Alegria.
Após a oficina, haverá o show Malinke com Fanta Konaté e Grupo Djembedon
Marina de Mello de Souza
Possui graduação em Ciências Políticas e Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1981), mestrado em História da Cultura pela mesma universidade(1993), doutorado em História Social pela Universidade Federal Fluminense (1999) e livre-docência em História da África, época moderna, século XVI – início do XIX (2012) pela FFLCH – USP. Desde 2001 é professora do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, atuando na graduação e na pós-graduação. Atualmente dedica-se à história da África centro-ocidental nos séculos XVI-XIX, com atenção especial aos temas ligados à presença do catolicismo entre os povos centro-africanos e suas articulações com o comércio e com as organizações políticas. Coordenada o Núcleo de Apoio à Pesquisa Brasil-África da USP. Além de trabalhos sobre a África centro-ocidental, tem trabalhos na área de cultura popular e cultura afro-brasileira, especialmente ligados às festas e cultura material.
Fanta Konate
Cantora, Bailarina e Coreógrafa, filha do Mestre Percussionista Famoudou Konate da Guiné Conakry, especializada em danças tradicionais e contemporâneas do Oeste Africano. Trabalhou com diversos Balés de Conakry, e domina a cultura das aldeias Malinke da região do Hamaná desde que nasceu. Trabalhou na ONG Médicos Sem Fronteiras com adolescentes em situação de rua em Conacri e em campos de refugiados nas florestas da Guiné, ensinando dança a refugiados da Serra Leoa para promover a reinserção social. Lançou seu primeiro CD “Djubafedeá” em 2007 pelo selo Pôr do Som. Vem realizando shows e oficinas no Brasil, Japão, Polônia, Suécia, EUA, Chile, Argentina e Guiné, promovendo o intercâmbio cultural associado ao desenvolvimento sustentável. Está construindo o Instituto África Viva na Guiné e expandindo a Rede África Viva de Desenvolvimento Sustentável no Brasil, celebrando 14 anos de carreira internacional.
Luís Kinugawa
Musicoterapeuta e percussionista, especializado na cultura Malinke da Guiné Conacri, onde morou por 2 anos, pesquisando a cultura tradicional e trabalhando em ONGs humanitárias. Cursou a Escola Municipal de Música de SP e graduou-se em musicoterapia na Faculdade Marcelo Tupinambá. Fundador do Instituto África Viva, ONG que pesquisa e promove culturas tradicionais para o desenvolvimento humano, é músico e diretor artístico do trabalho da Cantora e Bailarina Fanta Konate e Trupe Djembedon.Criou a Biomúsica Sem Fronteiras, uma modalidade contemporânea da musicoterapia, atuando desde 1998 com deficientes, moradores de rua, empresas, escolas e universidades no Brasil e nos EUA, desenvolvendo trabalhos humanitários na África nas Ongs internacionais como Médicos sem Fronteiras, Warchild e Crianças Refugiadas do Mundo, na Guiné e na Serra Leoa. Junto com Fanta Konatê, está captando recursos para finalizar a construção do Instituto África Viva na Guiné, que promoverá o desenvolvimento sustentável através de Permacultura, economia criativa, Educação básica, e intercâmbio cultural entre Guiné e Brasil.
Data 25 de junho de 2016
Horário: das 9h às 16h.
Carga horária: 7 horas com intervalo de 60 minutos.
Público alvo: professores das redes públicas, privadas, ONGs principalmente da Zona Sul, educadores musicais e interessados em geral.
Lotação: 40 pessoas
Investimento
Público Geral: R$ 20,00
Professores da rede privada – R$ 20,00
Professores rede pública e ONGs – Gratuito
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